domingo, 15 de abril de 2012

Lonjuras que fazem bem

Distancias - outrora dor...

Despego – agora paz...

Às vezes me parece que minha segurança gera insegurança...

Meu riso, provocação...  

Como posso tirar a paz?

Eu faço a minha paz e desapego é parte essencial dela.

Não deixarei que desfrutem do meu corpo sem amor, prefiro distribuir sorrisos...

Mesmo que o resultado disso seja a fúria de alguns...

Minhas alegrias irradiam de uma paz inquieta.

domingo, 1 de abril de 2012

Memórias para minha linda Ana...


...Ela nasceu em julho de 2000.  O parto cesariano foi tranquilo, voltei para casa no dia seguinte, só então alguns problemas iniciaram-se, Emanuel meu primeiro filho, demorou a se adaptar a presença da irmãzinha, mesmo com a barriga costurada por dentro e por fora e com muitas dores, precisei cuidar dos dois, no fim da tarde, enquanto eu amamentava Ana, Emanuel subia na cama, se aconchegava debaixo do outro braço e cochilava, não teve jeito, rompeu os pontos, infeccionou, voltei ao hospital e fiquei internada. Fiz uma opção, para não interromper a amamentação, levei Ana comigo. Foram dez dias difíceis, muita dor e esforço, numa enfermaria de hospital público. De alguma forma, essa internação foi um tempo bom, só com ela, só comigo, só com meu sagrado, pude observar como ela era bela, forte e tranquila. Pele igual a minha, cabelos cacheados, olhos vivos, uma boca tão definida, uma linda... Eu pensava ela é especial... Ela é guerreira...
...Voltei para casa mais forte, decidida: assim que Ana deixasse de mamar, reorganizaria minha vida, voltaria pra faculdade, não seria uma fracassada, seria exemplo para meus filhos, não deixaria o ciclo de pobreza da minha família se repetir. Meus filhos foram a agulhada necessária para eu me ressuscitar, voltei a me amar através deles, minha libertação da dependência afetiva, o rompimento, a cura...
...Foi um retorno difícil, mas, cheio de alegrias, conclui de forma emocionada meu curso de Assistente Social, voltei a me envolver com o movimento social, participei dos movimentos de defesa dos direitos de crianças e adolescentes. Precisava cuidar da criança dentro de mim, das duas crianças nascidas de mim...
... A luta por um mundo melhor para as novas gerações não sai de mim. Os frutos de minha paixão insana salvaram-me da loucura. Minha Ana, mesmo de longe, você me salva!
Noite passada olhei as estrelas, brilhavam como seus olhos!