quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Viva a energia feminina divina, criadora e infinita

O tempo de aprendizado no movimento feminista me trouxe muitas dúvidas, mas também algumas certezas, entre elas, uma fundamental: Deus também é mulher!
Quero dizer que ser uma mulher militante e politizada que está disposta a tudo para construir um mundo melhor não me impedi de manter a fé e crença na existência de um mundo espiritual.
É óbvio que as pessoas se assustam com minhas preces, pois começo sempre dizendo: DEUS PAI, DEUS MÃE... Mas, sei que sou entendida pelo seres invisíveis.
E nesse mundo invisível aprendi que a energia masculina e feminina ficam unas.  DEUS, DEUSA, MÃE, PAI? SANTA ISSO? SANTA AQUILO? Vou concordar com Shakespeare: “O que são nomes? Mesmo que chamemos uma flor com outro nome, seu perfume será igualmente doce”.
Mas já me expliquei por demais... De verdade quero é contar das sensações que me invadiram desde ontem...
Sonhei que estava numa praia, caminhando, pensando, ouvindo o som das ondas, ao longe havia uma bola de luz branca muito forte, tão forte, mas não ofuscava meus olhos, era linda e atraente, eu caminhei na direção dela, quando cheguei perto, percebi que a luz mudava de cor, misturava-se com azul, depois Lilás, amarela... E ficava um branco prateado, eu não parei de andar, entrei na luz e acordei.
Acordei com uma tranquilidade, uma paz, uma sensação que tudo daria certo nesse dia. Resolvi ir ao trabalho prolongando aquela sensação do sonho. Vesti-me toda de branco, um lenço azul e um brinco de penas multicolorido, pronto!  homenagem a Yemanjá.
Essa sensação de proteção, paz e tranqüilidade permanecem hoje.  Ao acordar lembrei-me que nesse dia 12 outubro, além do dias das crianças, é dia de Nossa senhora Aparecida.  Fiz minhas preces reverenciando todas as mártires, santas, orixás, pedindo para que a energia espiritual feminina abençoe e proteja todas as crianças do Brasil, começando pelas duas crianças que tenho em casa e a criança que existe dentro de mim...
E viva Yamanjá, Iansã, Oxum! E viva nossa Senhora Aparecida!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Vejo tudo com novos olhos

Todo ano, neste período “pósaniversário”, entro na mesma crise existencial, e perdoe-me Jean Wahl, isso não tem nada de filosófico, é real, doe tanto, prefiro dormir para amenizar a dor. Mas depois da dor vejo tudo com novos olhos.
Fico questionando-me do que gostaria de ser salva? Ou, qual tesouro deve ser desenterrado agora? Onde está o tesouro? Lá? Acolá? Aqui?  Em outra dimensão?
Não sei se já sentiram isso algum dia, mas é quase enlouquecedor: dar uma ânsia de vagar por aí... Sempre penso que um ano é suficiente para colher os frutos do que foi plantado, se isso não acontece, parece-me que tem algo de doente no ambiente, ou em mim... Qual o remédio? Qual a cura? Mudança... O desapego me invade como ondas fortes... Sempre acredito que mudar de dentro para fora resolve algumas coisas...
Decido então, vou mudar de endereço. Buscar outro ângulo da vida, contemplar do alto, ou de baixo de outro lugar... Quem sabe novos horizontes se abrem para mim? Vagar por aí feito folha seca, ou quem sabe voar como uma borboleta que sai do casulo...
Talvez eu não esteja sendo nítida em minhas vontades e ânsias, mas é meio paradoxo mesmo, mudar? Vagar? Ficar? São tantas vontades, confusão emocional, só quero acrescentar mais vida aos meus dias... Será que me entendem?  Se não, pasmem, não quero ser entendida mesmo... Quero ser amada... Vocês sabem o que é amar de verdade?
Por vezes penso que um amor “romântico-sexual-transcendental-tranquilo” me ajudaria nessa ânsia; mudar, ficar, vagar deixaria de ser meus maiores questionamentos? Beijos na boca seria minha maior preocupação, beijos deliciosos, beijos apaixonados... Mas onde estão os homens? Não qualquer homem, falo daquele tipo que podemos dizer: beije-me outra vez! Sem que eles pensem que somos grudentas... (risos).
Estou começando a “aprender” como vou fazer isso: Mudar, ficar e vagar tudo ao mesmo tempo... Estou grata com esse lampejo de solução, gratidão sincera é sempre um sinal de grandeza né?  Louise Labé ajudou-me a perceber isso essa noite por meio de seus poemas: “O coração feminino tem sempre uma cicatriz de queimadura”, digo mais, a alma de mulheres audaciosas como nós, tem sempre profundas cicatrizes, mas isso não nos impede de mudar, ou ficar e até vagar nos mundos existentes.
Tenho um cérebro, por que não usá-lo? Tenho uma intuição esotérica apurada, porque não desenvolve-la? Esse desapego de “coisa materiais” deve ser um sinal de que me devo ocupar de coisas ocultas? Imateriais? Espirituais?  Que o mundo invisível ajude-me nas respostas.