O dia certo que nasci é uma incógnita, para tirar minha certidão de nascimento inventaram a data 25/09, por essa data, segundo os astrólogos sou uma uma libriana, como adoro todo o universo esotérico, fiquei bem feliz ao ler essa crônica do meu amigo Eduardo Loreiro Junior. Definitivamente eu sou uma mulher de libra com prazer KKKKKK!!!
“Minhas mulheres de Libra" Eduardo Loureiro Jr.
Sei que o título é pretencioso — MINHAS mulheres de Libra —, afinal quem sou eu para ter alguma mulher, ainda mais mulheres de
Libra, que normalmente são graciosas e
lindas além da conta... E acima de tudo sensíveis e independentes. Uma mulher de
Libra, lendo essa palavra, MINHAS, não só se sentiria ofendida como me
enviaria, mentalmente, desprezo suficiente para eu sofrer pelo resto de minha
vida.
Se escrevo esta crônica nesse momento, é porque as mulheres
de Libra não estão lendo. Tenho certeza disso porque as librianas todas estão
envolvidas com seus aniversários, dando conta de preparativos e convidados para
as suas festas de aniversário, e sendo felizes na companhia de seus amigos ao
invés de lendo crônicas num site de internet. As librianas — não sem razão — estão muito ocupadas no final de
setembro, início de outubro, e posso chamar de
minhas pelo menos algumas delas, já que elas nem saberão disso. Os
amigos das librianas, aqueles que poderiam fofocar sobre a minha pretensão, também estão preparando
festas-surpresa para as aniversariantes.
Minhas librianas foram apenas três. E se digo
"apenas" não é para humilhar os demais homens, que talvez não tenham
tido a honra de ter uma libriana sequer. Para falar a verdade, das minhas três
librianas, eu tive apenas uma. Librianas são difíceis de conseguir, porque há
sempre cinco ou seis homens na fila. São aquelas mulheres de quem um homem
pensa: Como posso morrer sem tê-la beijado uma vez sequer? E, tendo-a beijado,
como morrer sem estar ao lado dela, feliz até o fim?
Quem já teve uma libriana e não tem mais — meu caso — é porque não sabe o que é bom. Ou então porque teve uma libriana quando
ainda era muito novo — minha
desculpa , e não sabia o tesouro que tinha ao
alcance das mãos e dos lábios.
Quem conversa com uma libriana tem a sensação de que está
conversando com uma das pessoas mais inteligentes do mundo; e, quando acaba a
conversa, tem a certeza de que está tocando, beijando, transando com a mulher
mais potente e amorosa do mundo.
Das minhas librianas que não tive, uma tinha o poder de se
transformar numa imagem de Nossa Senhora com Menino Jesus no colo, e de
transformar a mim num monge contemplativo. A outra me fazia crer que eu a fazia
subir pelas paredes, quando ela é que girava meu mundo e transformava teto em
chão.
De vez em quando, vejo as minhas librianas que eu nunca tive
por aí, ao lado de outros homens felizardos. Já passei da fase da inveja, já
não considero mais tais homens pouco merecedores de uma libriana. As librianas
também têm o dom de tornar os seus homens melhores, a ponto de eles se tornarem
merecedores do amor delas.
Minha única libriana que tive um dia, só a vi uma vez depois
de tê-la perdido, casualmente, num shopping. De vez em quando — agora, por exemplo , paro e penso
que aquela pode ter sido a última vez que a vi. E o que eu disse? Um boa-noite,
um como vai?
Como posso morrer tendo dito tão pouco? A última coisa que se
deve dizer a uma libriana é "eu te amo, sempre te amei, e sempre te
amarei".
E se ela disser "eu também", não haverá mais
crônicas a serem escritas no final de setembro, início de outubro. A vida com
uma libriana deixa pouco tempo para a literatura.