segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Vejo tudo com novos olhos

Todo ano, neste período “pósaniversário”, entro na mesma crise existencial, e perdoe-me Jean Wahl, isso não tem nada de filosófico, é real, doe tanto, prefiro dormir para amenizar a dor. Mas depois da dor vejo tudo com novos olhos.
Fico questionando-me do que gostaria de ser salva? Ou, qual tesouro deve ser desenterrado agora? Onde está o tesouro? Lá? Acolá? Aqui?  Em outra dimensão?
Não sei se já sentiram isso algum dia, mas é quase enlouquecedor: dar uma ânsia de vagar por aí... Sempre penso que um ano é suficiente para colher os frutos do que foi plantado, se isso não acontece, parece-me que tem algo de doente no ambiente, ou em mim... Qual o remédio? Qual a cura? Mudança... O desapego me invade como ondas fortes... Sempre acredito que mudar de dentro para fora resolve algumas coisas...
Decido então, vou mudar de endereço. Buscar outro ângulo da vida, contemplar do alto, ou de baixo de outro lugar... Quem sabe novos horizontes se abrem para mim? Vagar por aí feito folha seca, ou quem sabe voar como uma borboleta que sai do casulo...
Talvez eu não esteja sendo nítida em minhas vontades e ânsias, mas é meio paradoxo mesmo, mudar? Vagar? Ficar? São tantas vontades, confusão emocional, só quero acrescentar mais vida aos meus dias... Será que me entendem?  Se não, pasmem, não quero ser entendida mesmo... Quero ser amada... Vocês sabem o que é amar de verdade?
Por vezes penso que um amor “romântico-sexual-transcendental-tranquilo” me ajudaria nessa ânsia; mudar, ficar, vagar deixaria de ser meus maiores questionamentos? Beijos na boca seria minha maior preocupação, beijos deliciosos, beijos apaixonados... Mas onde estão os homens? Não qualquer homem, falo daquele tipo que podemos dizer: beije-me outra vez! Sem que eles pensem que somos grudentas... (risos).
Estou começando a “aprender” como vou fazer isso: Mudar, ficar e vagar tudo ao mesmo tempo... Estou grata com esse lampejo de solução, gratidão sincera é sempre um sinal de grandeza né?  Louise Labé ajudou-me a perceber isso essa noite por meio de seus poemas: “O coração feminino tem sempre uma cicatriz de queimadura”, digo mais, a alma de mulheres audaciosas como nós, tem sempre profundas cicatrizes, mas isso não nos impede de mudar, ou ficar e até vagar nos mundos existentes.
Tenho um cérebro, por que não usá-lo? Tenho uma intuição esotérica apurada, porque não desenvolve-la? Esse desapego de “coisa materiais” deve ser um sinal de que me devo ocupar de coisas ocultas? Imateriais? Espirituais?  Que o mundo invisível ajude-me nas respostas.

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