quinta-feira, 31 de março de 2011


Passei toda manhã naquele bazar. Muitas pessoas intrigantes passavam de lá para cá, olhando e comprando os mais variados objetos... Adoro o movimento... Sou apaixonada por gente... E a escolha dos objetos... Eu ficava imaginando o porquê das escolhas... Aquela mochila que o jovem comprou... Devia ser em virtudes das lembranças de viagens, era bem surrada, ela deve ter ido a muitos lugares... E o cachecol? Devia ser porque lembrava um inverno de aventuras para a bela senhora que pechinchou até levá-lo... Ou o desejo de ainda vivê-lo...
Enfim, já era quase hora do almoço, a fome dizia: vamos embora, vamos embora... Quando aquela caixinha lilás chamou minha atenção, fiquei imaginando o que havia dentro, parecia uma caixa de surpresas... Aproximei-me da mesa feito menina sorrateira... Peguei-a, pisquei para ela, ela piscou para mim... Então resolvi, devagarzinho vou abri-la... E ela se desmanchou toda na minha frente, como quem sorrir dando gargalhadas!
Era uma caixa de costura: linhas, agulhas, alfinetes... Fiquei devaneando, se a caixinha lilás que sorria para mim teria sido de uma vovó querida, ou, de uma costureira famosa... Ou ainda de alguma bordadeira dedicada... Não resisti comprei–a... Mesmo que de costuras e bordados eu não entenda nada...
A caixa lilás dorme na escrivaninha em frente a minha cama e faz-me um lembrete gracioso: na contemporaneidade, estais a costurar... A emendar novos pedaços na colcha de retalhos que é tua vida...



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